Para entender exatamente o que é o seguro paramétrico, primeiro temos de voltar um pouco e entender como funcionam os seguros rurais normais.
Quando estamos falando do agronegócio, tanto a agricultura quanto a pecuária ficam suscetíveis às ocorrências de eventos climáticos que estão fora do controle do agricultor.
O seguro rural (ou seguro agrícola) e suas diferentes modalidades surgem nesse contexto para oferecer modalidades de proteção das atividades conduzidas na propriedade.
Contudo, nesses seguros tradicionais, a indenização só ocorre em função das coberturas existentes e das perdas ocorridas.
Para dar um exemplo, vamos imaginar que tenha acontecido uma seca muito severa, que acabou levando a perda da safra.
Nesse caso, configura-se o sinistro e o ressarcimento é providenciado, ou seja, a seguradora indenizará o produtor por conta dos danos sofridos.
Já o seguro paramétrico toma como referência para o ressarcimento não as perdas provocadas pelos eventos climáticos, mas o fato desses eventos, como as chuvas e as secas, por exemplo, terem atingido um determinado parâmetro ou índice.
Esse índice é acertado previamente entre o produtor e a seguradora em função das características do local onde a terra está localizada, que são diferentes dependendo de qual região do país estamos falando.
A partir disso, é possível ser indenizado em razão da ocorrência climática ter alcançado o valor contratado mesmo que não existam danos significativos à lavoura.
Ou seja, apesar de também estar relacionado a eventos climáticos, o seguro paramétrico é bem diferente dos seguros rurais tradicionais.
Resumindo: o seguro paramétrico tem como principal objetivo permitir que o produtor não sofra danos patrimoniais em razão de variações climáticas que não permitam a produção agrícola normal.
Por isso, esse tipo de seguro não se limita somente ao produtor rural, mas vai muito além do agronegócio, atendendo qualquer atividade cujos negócios possam ser afetados pelo clima, como hidrelétricas, usinas de energia solar e eólica, etc.